28 de fevereiro de 2011

Bravura Indômita


True Grit
(Bravura Indômita)

Direção: Joel e Ethan Coen
Roteiro: Joel e Ethan Coen
Produção: Joel e Ethan Coen, Steven Spielberg, Scott Rudin
Elenco: Jeff Bridges, Matt Damon, Hailee Steinfeld...
Ano: 2010
Duração: 110 minutos

Não preciso dizer mais nada, além de: mais uma obra-prima na conta dos irmãos Coen.

Análise: A película que simboliza mais uma obra-prima dos irmãos Coen é, na verdade, quase um remake do filme protagonizado por John Wayne em 1969, pois foi mais responsável na adaptação do livro de Charles Portis ao cinema. Nas diferenças entre os dois filmes, vemos no de 2010 um elenco mais preparado e decidido, além de um humor mais sarcástico, uma das principais características dos diretores e roteiristas Joel e Ethan Coen. Isto mostra que os irmãos foram mais fiéis ao espírito cômico do livro de Charles Portis, o qual deu origem ao filme de 1969.

Ao assistir o trailer acima, com certeza pensamos em um filme com muitos tiros, muita ação e pouca conversa afiada. É aí que vocês se enganam. Os sempre fantásticos Irmãos Coen utilizam uma conversa e uma narrativa completamente inteligente e também, uma de suas principais características: o humor, sempre sarcástico. Eu acreditava em um filme mais sério, mas não me arrependi nem um pouco com o que vi, aliás, o filme conseguiu tirar boas risadas e bons momentos de tensão da plateia. Alguns momentos podem até mesmo ser definidos como hilariantes, mas que sacavam tantas risadas do que qualquer outro filme de comédia que vemos por aí nos cinemas. É então que percebemos a habilidade dos irmãos, tanto na direção quanto no roteiro. Cenas inesquecíveis não faltam. Posso citar como exemplo a cena do enforcamento e a cena em que Cogburn (Jeff Bridges perfeito em seu papel) chupa o veneno da cobra. É impossível citar apenas essas duas, porém não citarei mais cenas senão falarei o que acontece no filme inteiro, que está repleto de cenas inesquecíveis.

Partindo para os personagens da película, não há o que reclamar, apenas temos de apreciar um verdadeiro show de atuações. Eles são perfeitos da cabeça aos pés: Jeff Bridges interpreta o xerife bêbado e caolho Rooster Cogburn; Matt Damon, o Texas Ranger LaBoeuf; Hailee Steinfeld faz Mattie Ross, uma garota que quer vingar a morte de seu pai; e Josh Brolin o homem que matou o pai de Mattie Ross, chamado Tom Chaney. Decepcionei-me um pouco com a aparição deste último, pois acreditava que estaria mais presente, já que é o “vilão” da história. Nada demais, que possa atrapalhar o resultado final do filme em si.

Tudo parece perfeito na película: a fotografia de Roger Deakins é fantástica, incrível e todos os outros elogios possíveis. Ele, aliás, já trabalhou em muitos outros filmes dos irmãos Coen (11, no total), inclusive no vencedor do Oscar de Melhor Filme em 2007: “Onde os Fracos não têm vez”. A trilha sonora também é boa e Carter Burwell merece elogios. De acordo com a intensidade da ação que acontece na tela, percebemos uma maior precisão dos instrumentos comandados por Burwell. O que mais merece destaque é, em minha humilde opinião, a atuação da linda garota de 14 anos, Hailee Steinfeld. Podemos ver em seu rostinho tímido, uma atriz de futuro brilhante. Toda vez que entra em cena (ou seja, no filme todo), ela rouba a luz dos outros que estão ao seu lado. Mas como eu disse todo elenco está perfeito e quem também merece destaque é Jeff Bridges, interpretando o xerife de forma única e espetacular, sendo o que mais me tirou risos, com seus momentos cômicos.

Traduzindo: é impossível não rir com o filme; é impossível não se impressionar com as atuações, com a fotografia, com a história; é impossível, acima de tudo, não ser uma obra-prima. Sentimos isso ao se levantar da cadeira, ao acender as luzes e ao sair do cinema, com um sorriso no rosto, demonstrando que você tinha acabado de assistir uma obra-prima. Mais uma dos Irmãos Coen, que em meio a filmes de comédia e de faroeste vão ganhando cada vez mais espaço no cinema atual.

OBS.: como sábado estarei viajando, não postarei nada no blog e então estou adiantando hoje. Para vocês também não ficarem sem nada no sábado, o Thierry irá analisar algum filme. Ou seja, estamos trocando de dia nessa semana. Ah, não se esqueçam de ver a postagem dos vencedores do Oscar, clicando AQUI.

MINHA NOTA PARA ESTE FILME: 10.
ANÁLISE FEITA POR BRUNO BARRENHA.

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