22 de junho de 2011

Crítica: Por uns dólares a mais

For a few dollars more

(Por uns dólares a mais)

Direção: Sergio Leone

Roteiro: Fulvio Morsella, Sergio Leone e Luciano Vincenzoni

Produção: Arturo Gonzalez

Ano: 1965

Elenco: Clint Eastwood, Lee Van Cleef, Gian Maria Volonté…

Duração: 132 minutos

Mais uma obra-prima de Sergio Leone, que conta com todos os bons elementos para um ótimo western spaghetti.

OBS.: Esta análise é um remake da análise do ex-membro do blog, Camilo Bicudo. Para vê-la, clique aqui.

Análise: Por uns dólares a mais é mais uma obra de arte do aclamado diretor italiano Sergio Leone, e o segundo filme da Trilogia dos Dólares. O filme, como qualquer outro bom western spaghetti, tem muita ação, tiroteios e no final um duelo, isto tudo com a genialidade de Sergio Leone e as músicas de arrepiar de Ennio Morricone. O cenário de El Paso, localizado numa região desértica de Almeria (Espanha) e feita especialmente para esta película, ainda existe e virou um parque conhecido como “Mini Hollywood”, sendo também utilizado para filmagens de outros filmes, como por exemplo Três Homens em Conflito.

O Coronel Douglas Mortimer (Lee Van Cleef) e Monco ou o Homem sem Nome (Clint Eastwood) são dois caçadores-de-recompensas que estão atrás de El Índio (Gian Maria Volonté), um perigoso assassino cuja recompensa consta de dez mil dólares. Os dois caçadores se juntam em El Paso, depois de demonstrarem suas habilidades um para o outro em uma bela cena, para conseguirem a recompensa. Monco se infiltra na gangue de El Índio e, junto com Mortimer, tentam roubar o dinheiro da gangue, o qual havia sido roubado do banco de El Paso; contudo, acabam sendo capturados. Os dois caçadores então conseguem fugir e armam uma emboscada para El Indio, conseguindo matar todos os membros da gangue. No duelo entre El Indio e Mortiner é revelado que a mulher responsável por aparecer em meio à flashbacks e se suicidou após ser estuprada por El Indio, é irmã de Mortiner. Na fase pós-duelo, Monco consegue 27 mil dólares de recompensa pelos membros da gangue, além também do dinheiro roubado do banco; já Mortimer se sente vingado e diz para que Monco fique com todo o dinheiro para ele.

A película conta com a esplêndida direção de Sergio Leone, demonstrando toda sua habilidade em ótimos planos de câmeras e em poucas falas e muita ação. Sem contar o grandíssimo elenco, com destaque para Lee Van Cleef, o qual tem clara diferença entre o seu personagem neste filme e em Três Homens em Conflito, sendo que neste o seu personagem é mais vingativo e não se importa muito para o dinheiro, enquanto no segundo ele se interessa mais por dinheiro. Não podemos de deixar de falar de Ennio Morricone que, como sempre, fez uma maravilhosa trilha sonora para o filme.

Resumindo, este é mais um ótimo filme de Sergio Leone com ótimos planos de câmeras, bela trilha sonora, bons atores, poucas falas e muita ação.

MINHA NOTA PARA ESTE FILME:

ANÁLISE FEITA POR THIERRY VASQUES.

3 comentários:

  1. Finalmente o assisti (também assisti hoje o primeiro da trilogia). Assisti em Blu Ray e realmente é um show de imagens: paisagens belíssimas, closes extremamente nítidos, com o suor brilhando. E é impressionante o poder da trilha sonora nesse filme, uma das mais presentes e participativas que já (ou)vi em qualquer filme. Morricone foi muito além aqui. Quanto ao roteiro, destaque para a frase inicial, que diz muito sobre não só esse filme, como outros westerns ao retratar a dureza da vida naquela época. Nesse sentido a fala do velho profeta é bastante interessante, mostrando como a modernização trazida pelas ferrovias iria modificar por completo a vida naquela época, caracterizando-a como um período de transição.

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  2. Um espetacular western. trilha sonora arrebatadora, cenarios fabulosos com um grande estilo barroco e bem surreal, do figurinista designer e cenógrafo Carlo Simi, e pra quem não sabe ele teve uma pequena e unica aparição nesse filme como o gerente do banco de el passo, no momento em que o coronel mortimer (Lee Van Cleef) confia em depositar seu dinheiro.

    Luiz Carvalho.

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  3. Sérgio Leone dá um show de direção. Ennio Morricone é outro supérbolo e não existem palavras para qualificar a profundidade das melodias por ele criadas na trilogia de Leone.
    As trilhas sonoras de Morricone nos levam às alturas infinitas do desenrolar da trama e nos permitem mergulhar de corpo e alma no fundo do espírito dos homens rudes, sanguinários, valentes e determinados que forjaram a história do povo norteamericano.
    Além de dizimar os índios, donos do território, se digladiou entre si sempre com base na lei do mais forte, única lei que existiu naquele oeste: olho por olho, dente por dente, e sem a qual, os Estados Unidos não seria hoje a nação que é.
    Lutou contra os índios, desbravou o território com a ferrovia, além de enfrentar as regiões inóspitas do inverno glacial, que até hoje assolam seu território, com neve cobrindo 10, 20 cm da terra todos os anos, tufões, furacões (katrina, nova orleans), ciclones, tornados.
    Tudo isso nos faz chegar às tragédias atuais de atiradores matando dezenas de pessoas em escolas, locais públicos, que volta e meia acontecem nos EUA, é produto e resquício desse ódio mortal que forjou os fundadores do território aliado a inexistência, até hoje, de controle das armas pelo Estado.
    Por uns dólares a mais é história comovente mas não devemos esquecer que é a mais pura realidade do sentimento de dominação que está embrenhado nos americanos do norte.

    Mário Luiz

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