20 de maio de 2013

Vídeo | O tiroteio final de Wild Bunch


THE WILD BUNCH: AN ALBUM IN MONTAGE

Um filme de: Paul Seydor e Nick Redman

Trecho do documentário sobre os bastidores do clássico-mór de Sam Peckinpah, o subversivo cachaceiro de Hollywood. 

9 de fevereiro de 2013

Retrospectiva Cangaço | Crítica: Baile Perfumado


BAILE PERFUMADO

Direção: Paulo Caldas e Lírio Ferreira
Roteiro: Paulo Caldas, Lírio Ferreira e Hilton Lacerda
Elenco: Duda Mamberti, Luiz Carlos Vasconcelos, Aramis Trindade...
Ano: 1997
Duração: 93 minutos

O homem que filmou o bando de Lampião merecidamente retratado nas telas, em um filme de poucos clichês biográficos.

Análise: Baile Perfumado é um cangaço que tem uma história alternativa e de poucas peculiaridades do gênero, pois, ao invés narrar às aventuras de algum destemido cangaceiro e suas secas e precárias vidas, ele se importa em focar no cinegrafista libanês Benjamin Abrahão, o único a conseguir tirar uma foto do “Robin Hood latino”  Lampião, uma das personalidades mais conhecidas de nossos últimos 100 anos. 
Padre Cícero (interpretado aqui pelo prolífico ator Jofre Soares) se tornou o responsável pelo então repercutido encontro entre o eminente bando de Lampião (Luiz Carlos Vasconcelos) e Benjamin (Duda Mamberti), sendo este o secretário do Padre antes que o mesmo morresse, em 1934.

Interessado em acompanhar os criminosos por um tempo, para que pudesse registrar o estilo de vida do grupo e poder comercializar depois, o libanês é mostrado na fita arranjando os equipamentos necessários para a filmagem, a prévia dos orçamentos e as fontes para reencontrar Lampião, além também do fato de seu trabalho não ter sido bem visto; com a finalização, há a suspeita morte de Benjamin, que teve o corpo furado por uma faca quarenta e duas vezes, sem que ninguém saiba quem foi o verdadeiro culpado.

A atuação de Mamberti como o protagonista se destaca no filme, esforçando-se e conseguindo fazer um convincente (e marcante) sotaque gringo. Afora ele, o elenco tem alguns atores de renome no cinema nacional, os quais obtêm razoáveis atuações: Luiz Vasconcelos interpreta um Lampião curioso e até um tanto quanto ignorante, sempre querendo saber mais sobre objetos que Benjamin utilizava, por mais ultrapassados que fossem, como a garrafa térmica ou a própria câmera fotográfica. 

Junto com a história do fotógrafo, também é notada uma subtrama, entrelaçando a história de Benjamin com a rivalidade de Lampião contra os volantes. Inclusive, é assim que o filme se inicia, com uma perseguição travada entre tais classes; o coronel até fica envergonhado ao perceber que um simples fotógrafo encontrara o perseguido e inabalável cangaceiro, enquanto seus volantes não tinham tal capacidade. Depois de finalizadas as gravações, Lampião escreveu uma carta para o amigo, afirmando que fora o único que filmou ele e seu bando (a carta pode ser lida aqui). 

Baile Perfumado tem uma direção razoável, comandada por quatro mãos que, em algumas partes, misturam o material coletado pelo verdadeiro Benjamin. Dando um show nos figurinos dos cangaceiros, o filme também conta com uma boa trilha sonora, com participações de artistas como Chico Science, Fred Zero Quatro e Lúcio Maia. 

MINHA NOTA: 
POR THIERRY VASQUES